23 de junho de 2009

Hermes


Ardem como um profundo corte imundo,
sangra como água corrente,
da ferida aberta, fluem novas vias,
a respiração, leve no ar

Da antiga dor desconhecida abriu-se a vida,
ainda há chaves dentro de mim
mas perdidos estão
os caminhos para as portas

A que se abriu, fedeu, doeu
uma morte acordada,
permanece, atrás, sangrando
buscando a esperança da cura

O que me segura é
a sensação de palavras de algodão
o escorregar da minha mão
sobre os papéis que aqui estão

Sua visão, a de palavras doloridas
expresso o mal-estar
ao olhá-lo e lhe falar,
brota uma falsa resolução

Não fechará jamais
após aberta, sozinha terei
que limpá-la, invadí-la
mas fechá-la... nunca mais.

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