15 de junho de 2009

Quem são-somos



Imundos/Mundanos
Somos quem para estes que chamamos?
Destes que desvias, os quais evitamos.
Cortantes feridas que não olhamos;
Do cheiro que exala, deles recuamos.
A aparência é o que contrapõe,
justamente seria o que depreciamos?
Do externo, vem o que instiga a viver
do próprio, é o que te faz fenecer!
Foge-se de dentro de si;
engana-se que vem dele o que odiamos.
Recusa, leveza se sente,
é aparente,
torna ardente,
olhar para o indegente.
Tamanha facilidade para onde o empurramos
Não esperam um obrigado,
nem mais um trocado.
Seus olhos barulhentos de túneis infindáveis
querem na verdade,
trocas memoráveis.
Transmitem seu odor, seu olhar, num suplico pedido:
Não vos embriagai!
A verdade é que os papéis estão trocados,
Pena de ti
Nem sabes o que plantastes.
Da incômoda misteriosa aparência,
nos enviam o recado
do errado que abortamos.

2 comentários:

  1. Essas são palavras de esmeralda,
    Filosófica, poética e analítica
    De um mundo sofrido
    e que necessita de psicólogos,
    Já que no mais interno mundo
    há "os olhos barulhentos de túneis infindáveis"
    ou as mega-construções incompreensíveis
    O humano é reflexo do que planta,
    mas "nem sabes o que plantastes"
    pois embriagados permanecem
    com olhar embaçado
    Por mais que mal compreendido ecoa
    No mais inconsciente dos túneis infindáveis
    Deixados pelos olhares barulhentos das para-noias
    ou de para-quedas planam sem saber o que é o chão
    Ao chão que, deitados, estão "imundos/mundanos"
    São os 'nós' necessitados de enxergar o outro
    Poluído pela ignorância alheia:
    A dor da felicidade de existir

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  2. "A subjetividade na cultura do narcisisno é caracterizada pela incapacidade do sujeito de admirar o outro em sua diferença, pois está excessivamente preso em si mesmo, vivendo em seu registro especular, e o que interessa é o engrandecimento grotesco de sua própria imagem.
    Dessa forma, não se produzem singularidades, caracterizando individualidades marcadas pela pobreza erótica e pela mediocridade simbólica, recusando o desamparo."
    Birman,1999

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